Na Santeria e nas tradições africanas, celebra-se Oddudua, a mãe de todos os deuses e deusas na tradição ioruba
Oduduá Orixá da criação
É possível separar o candomblé da memória dos tempos da escravidão da
América, uma vez que ele tem origem na vinda dos negros africanos para
serem utilizados como
escravos.
Estes negros eram provenientes de
diversas tribos (nações) da África, que muitas vezes sequer falavam a
mesma língua e que apresentavam identidades culturais diferentes.
Admite-se, em grande escala, três “padrões” de cultura negra na América
1. Fanti-Ashanti (originária da costa do ouro)
2. Fon (de
origem Daomeana)
3. Yorubá (da Nigéria, com influências Banto) Esta
última teve importante influência, principalmente no Brasil e em Cuba.
Ainda que as outras duas culturas tenham sido mais atuantes na América
Inglesa e Holandesa (Fanti-Ashanti) e na América Francesa (fon), no
Brasil sua importância também é revelante; especialmente quando falamos
dos aspectos religiosos das culturas negras. Podemos então pensar nessas
culturas da seguinte forma:
Culturas Sudanesas
Os povos iorubá da Nigéria, os Daomeanos e os Fanti-Ashanti (da costa do
ouro), além de outros grupos menores, foram seus mais importantes
representantes.
Entre eles, destacam-se os seguintes grupos:
Nagô
(yorubá), Jeje (daomeano) e Mina (fanti-ashanti).
Este grupo está
representando, no candomblé brasileiro pela “nação” Ketu e pela “nação”
Jeje, representada especialmente pelo tambor de mina, entre outros.
Culturas Bantos
Representadas pelas inúmeras tribos dos grupos Angola Congolês, como os
congos, angolas, cabindas, moçambiques e outros. Este grupo,
representado no Brasil, pela “nação”angola, pelo “candomblé de
caboclo”e outros.Culturas Guineano-Sudanesas Islamisadas Representadas
pelos grupos fula, mandiga e haussá. Grupos islamisados que não
formaram, portanto, nações de candomblé.
MITOS
São várias as versões dos mitos dos orixás e, como em todos os mitos,
algumas são incompatíveis entre si; mas a essência dos orixás pode ser
perfeitamente absorvida através destas narrativas.
Para os iorubás, a
melhor representação do mundo é uma cabaça dividida ao meio, uma das
metades constituindo o céu (orum, Obatalá), e a outra a terra (ayê,
Odudua).
No princípio de tudo, entretanto, não havia a terra, e os
orixás viviam no orum, ao redor de Olorum, o senhor do Universo,
secundado por Obatalá.
Obatalá uniu-se a Odudua e tiveram dois filhos:
Aganju, a terra firme, e Iemanjá, as águas dos oceanos.
Outro mito diz que a terra era então um vasto oceano e os orixás
desejavam conhecê-lo. Obatalá encarregou Oxalá de descer ao ayê, a
metade inferior da cabaça, e espalhar o pó preto que formaria a terra
firme.
Entregou a ele o saco com o pó preto e uma galinha.
Oxalá então
partiu em viagem, mas no meio do caminho sentiu sede.
Exu, vendo que
Oxalá sentia sede, ofereceu-lhe vinho de palma e Oxalá bebeu.
E tanto
vinho que Oxalá que embriagou-se e caiu em sono profundo.
Exu tomou de
Oxalá o saco da criação e o levou a Obatalá, a quem contou que Oxalá
beberá e negligenciara sua tarefa.
Obatalá então entregou o saco a Odudua, que com ele desceu à terra,
jogou o pó preto sobre o oceano e tornando se ela mesma uma galinha,
ciscou o pó preto até que se formaram os continentes e toda terra firme
que há.
Essa terra firme é Aganju, filho de Odudua e Iemanjá.
Obatalá então
criou um grande dendezeiro, pelo qual desceram à terra todos os orixás,
cada um escolhendo uma parte do mundo que lhe agradava, e que passou a
ser de seu domínio.
Assim, Oxum e Obá escolheram as águas doces;
Iansã quis os ventos;
Xangô
os trovões e as cachoeiras;
Obaluaiê à terra firme;
Nanã a lama dos
fundos dos rios e os abismos; Ogum quis as montanhas e os minérios;
Oxossi as matas e florestas;
Oxumarê o arco – íris;
Ewá os horizontes.
Apenas Exu não sabia o que escolher, pois tudo e nada lhe agradava.
E
considerou-se assim dono de tudo um pouco, com que os demais orixás
concordaram.
Desse modo o mundo foi criado e dividido entre os orixás, e
é por isto que cada um detêm o domínio de uma parte da natureza.
Outro mito narra que Obatalá reuniu todos os materiais necessários à
criação do mundo e mandou a estrela da manhã convocar todos os orixás.
Apenas Orunmilá apareceu.
Por isso Obatalá o recompensou, permitindo que
apenas ele conhecesse os segredos da criação e do por vir.
E foi assim
que a estrela da manhã revelou a Orunmilá que todos os segredos e
materiais da criação se encontrava numa concha de caramujo, dentro de um
vaso que ficava entre as pernas de Obatalá.
Orunmilá tornou-se então, dono dos segredos, das magias e conhecedor do
futuro, das vontades, aquele que sabe a vontade de Obatalá e de todos os
orixás, o que sabe com que matéria o homem foi feito.
Outro mito narra que tendo tido o conhecimento das matérias da criação,
teria sido Orunmilá e não Odudua o criador da terra, aquele a espalhar o
pó preto sobre as águas. Orunmilá então é considerado o amigo de
Obatalá.
Quis então Obatalá criar os homens.
Ajalá, o orixá oleiro foi
incumbido de moldar as cabeças dos rios e outros elementos da natureza.
Ajalá moldava as cabeças e as punha para assar em seu forno.
Mas Ajalá
tinha o hábito de embriagar-se enquanto cozia o barro e criou muitas
cabeças defeituosas, queimando algumas e deixando outras com o barro
cru.
Depois que Ajalá terminava de fazer os oris (cabeças) Obatalá
soprava nelas e lhes dava eni, a vida.
Assim surgiram a terra e os homens, sob o domínio dos orixás.
Cada orixá
viveu então episódios diversos em sua história, dos quais narraremos
aqui apenas alguns, pois a quantidade de versões dos mitos é
praticamente infinita.
texto copiado de http://misteriosumbanda.blogspot.com/2009/10/odudua-orixa-da-criacao.html
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